O Véu não é uma barreira física, mas uma distorção sensorial que permeia o mundo. Ele altera a percepção da realidade, tornando paisagens familiares em labirintos traiçoeiros e sussurros em ecos ensurdecedores. Atravessá-lo ou compreendê-lo é um desafio constante, uma prova de clareza mental e força espiritual. Aqueles que se perdem no Véu podem encontrar loucura ou, raramente, uma nova forma de ver. Os Karûn aprenderam a navegar suas bordas, utilizando-o como um escudo e um oráculo.

Os Karûn são um povo nômade, profundamente conectado ao deserto e às suas vibrações. Eles são os "escutadores", capazes de sentir os ecos do mundo e as ressonâncias do passado. Sua cultura é baseada no silêncio, na memória coletiva e em rituais que harmonizam o corpo e o espírito com o ambiente hostil. Possuem uma estética tribal-futurista, onde tecnologias rudimentares se misturam com uma profunda compreensão das leis naturais. Para os Karûn, a sobrevivência não é apenas física, mas espiritual: resistir ao colapso é manter viva a chama da consciência.

Os Estilhaços são remanescentes de um evento cataclísmico que fragmentou o mundo e a própria realidade. Não são apenas ruínas físicas, mas também cicatrizes na tessitura do tempo e do espaço. Cada Estilhaço emite uma ressonância única, uma memória distorcida de poder ou sofrimento. Alguns buscam os Estilhaços por seu poder residual, outros os temem por sua influência corruptora. Para os Karûn, os Estilhaços são lembretes da fragilidade da existência e fontes de conhecimento perigoso, que devem ser abordados com cautela e respeito.